QUINTA DO PEDREIRO
( Vindima de 2007)
Numa vindima da terra,
À beira do Marão-serra,
É sempre sã romaria;
Parece ser Primavera,
Mistério duma quimera,
A florir de alegria.
Pode o dia ser cinzento,
De muita chuva, de vento,
Até forte trovoada;
Quando há cestos e 'scadas
A passear nas ramadas,
Alegria, é de enxurrada.
É na Rua da Rainha,
Desta Princesa velhinha,
Sita a "Quinta do Pedreiro",
Toda virada a nascente
E colhendo do poente
Todo o Sol, o ano inteiro.
No fundo, de lés-a-lés,
O Tâmega, lava os pés
A esta joia vinhateira;
Autêntico miradouro,
Uma legenda, um tesouro,
Desta Amarante "santeira".
Mas vamos lá relatar,
As proezas do falar,
Dos nossos vindimadores
Que às "turras" e discussões
E muitos pagãos sermões,
Se tornam animadores.
Treinadores de futebol,
'Scanções do branco e tintol,
E cortadores de casaca,
Da Justiça, doutorados.
Polícias apetrechados
E professores de ressaca...
Assim são Povo e Costumes,
Numa história de volumes
De mil anos, por contar;
Páginas por descrever
Deste alegre acontecer,
Dum país que 'stá acabar.
Mas terra sempre haverá
E o vinho sempre estará,
Na mesa e no coração;
Pois o que é tradicinal,
Será sempre o principal
Princípio duma nação.
Se a beleza tem encanto,
Mostra aqui, neste recanto,
Mil iguarias sem fim;
Há terra, afã, mais nobreza
Nesta formosa Princesa,
Que mais parece um jardim.
E nos dias que decorrem,
Onde há princípios que morrem,
Não sei por que pandemia,
Dá prazer uvas colher,
Dá gozo vinho beber,
Com esta santa alegria.
A regra do conviver
Está em quem está a escrever
Isto é : Boas maneiras,
Por isso o ditado ordena,
Que se dê de forma terna
Parabéns às cozinheiras.
Comemos que nem abades,
Que nem o bispo, bebemos,
Como o Papa, tudo em paz;
Ficam bem aqui alardes
Ao tudo o que nós fazemos
E do que somos capazes.
Adeus “Quinta do Pedreiro”
Que vais de teu corpo inteiro
Dentro do meu coração;
Na companhia de quem
Nos sabe tratar tão bem:
Carlos Cilo Brandão.
sexta-feira, 28 de setembro de 2007
terça-feira, 18 de setembro de 2007
AMARANTE
De encanto, o teu canto,
exprime-se em baladas intangíveis;
No harpejo dos acordes floridos, o perfume,
é o mistério da sombra, sonoridade grandiloquente,
através do som ainda no limbo.
De magia, o teu encanto, ilusiona-se em prantos comoventes,
no amanhecer dos vales e do cântico dos campos, o sol é ainda
o remurmurejar das suas fontes.
Prestigiditação omnipresente e omnipotente
da cor ainda incolor.
exprime-se em baladas intangíveis;
No harpejo dos acordes floridos, o perfume,
é o mistério da sombra, sonoridade grandiloquente,
através do som ainda no limbo.
De magia, o teu encanto, ilusiona-se em prantos comoventes,
no amanhecer dos vales e do cântico dos campos, o sol é ainda
o remurmurejar das suas fontes.
Prestigiditação omnipresente e omnipotente
da cor ainda incolor.
sábado, 15 de setembro de 2007
SERENIDADE
sexta-feira, 7 de setembro de 2007
POSTAL RURAL
POSTAL RURAL
No campo pastava a vaca,
Junto dum burro a zurrar,
E um grilo de casaca,
Fora de casa a grilar
Ladrava, à lua, o meu cão,
Com o nome de palhaço;
E eu dava ao meu irmão,
Cinco murros no cachaço.
O galo cacarejava
E uma ovelha balia,
E o meu tio gritava
À orelha da minha tia.
Roncava um carro a subir,
Outro chiava a descer,
E o meu pai a tossir
Sempre com a boca arder…
A minha irmã, namorava
Junto do seu namorado,
A minha mãe vigiava,
Para não haver pecado…
Eu comia marmelada,
Feita de puro marmelo,
Enquanto o porco sugava
O seu caldo de farelo.
No campo pastava a vaca,
Junto dum burro a zurrar,
E um grilo de casaca,
Fora de casa a grilar
Ladrava, à lua, o meu cão,
Com o nome de palhaço;
E eu dava ao meu irmão,
Cinco murros no cachaço.
O galo cacarejava
E uma ovelha balia,
E o meu tio gritava
À orelha da minha tia.
Roncava um carro a subir,
Outro chiava a descer,
E o meu pai a tossir
Sempre com a boca arder…
A minha irmã, namorava
Junto do seu namorado,
A minha mãe vigiava,
Para não haver pecado…
Eu comia marmelada,
Feita de puro marmelo,
Enquanto o porco sugava
O seu caldo de farelo.
S.GONÇALO
Arquitecto paisagista
D’interiores e horizontes,
Um criador humanista
Dum grande leque de pontes.
A primeira que ruiu,
Feita nos teus áureos anos,
As duas margens uniu
E curou os desenganos.
Dessa ponte outras nasceram
E dentro de nós existem,
Pontes d’Amor, que cresceram,
E pelos tempos resistem.
A Ponte Casamenteira
Essa, hoje, está a cair,
Precisa de sementeira
D’Amor, para não ruir.
Aquela Ponte do Bem,
Treme nos seus alicerces,
Não sei quem é esse alguém
Que a trai com falsas preces.
A ponte do Sonho Sonha
Já outros sonhos diferentes,
Com uma carga medonha
De visões escurecentes.
A Ponte Cristã estremece
Neste e naquele pilar,
Será Diabo que tece
O seu assalto ao altar?
Diz a Ponte da Beleza,
No seu dizer narcisista:
Sou como uma fortaleza,
Pois não há quem me resista!
A tua Ponte de Cravos,
Perfuma toda a cidade,
É a passagem sem escravos,
No seio da cristandade.
S.Gonçalo, ouve este pobre,
A chorar, te vai dizer,
A Ponte Humana mais nobre,
Ainda está por fazer.
D’interiores e horizontes,
Um criador humanista
Dum grande leque de pontes.
A primeira que ruiu,
Feita nos teus áureos anos,
As duas margens uniu
E curou os desenganos.
Dessa ponte outras nasceram
E dentro de nós existem,
Pontes d’Amor, que cresceram,
E pelos tempos resistem.
A Ponte Casamenteira
Essa, hoje, está a cair,
Precisa de sementeira
D’Amor, para não ruir.
Aquela Ponte do Bem,
Treme nos seus alicerces,
Não sei quem é esse alguém
Que a trai com falsas preces.
A ponte do Sonho Sonha
Já outros sonhos diferentes,
Com uma carga medonha
De visões escurecentes.
A Ponte Cristã estremece
Neste e naquele pilar,
Será Diabo que tece
O seu assalto ao altar?
Diz a Ponte da Beleza,
No seu dizer narcisista:
Sou como uma fortaleza,
Pois não há quem me resista!
A tua Ponte de Cravos,
Perfuma toda a cidade,
É a passagem sem escravos,
No seio da cristandade.
S.Gonçalo, ouve este pobre,
A chorar, te vai dizer,
A Ponte Humana mais nobre,
Ainda está por fazer.
sexta-feira, 31 de agosto de 2007
ABOBOREIRA
Pedras.Rudeza.Pureza
Flor térrea.Alma alta.Imensidão.
Rusticidade sã.Silêncio vivo.
Caminhar,Arfar,Descansar.Ver.Rever.Recomeçar.
Trilhos.Tesouros.Memórias.
Alta amplitude.Altos miradouros.Altos sonhos.
Pastoreio da quietude, no relógio sem tempo do
vagaroso e vigoroso espaço.
Rutila a surpresa na plataforma etérea e o Presente
onduleia nas oscilações do corpo; tudo é carrocel,
mosqueado de azul e de avidez temperado.
Algo se dilui, algo se dissipa, algo se decompõe
na fragilidade maciça; e tudo se compõe no fluído
do espanto, a esmo invertido.
E tudo se forma, asseia e dispõe na quimérica pedra
vestida de urze e giesta.
Flor térrea.Alma alta.Imensidão.
Rusticidade sã.Silêncio vivo.
Caminhar,Arfar,Descansar.Ver.Rever.Recomeçar.
Trilhos.Tesouros.Memórias.
Alta amplitude.Altos miradouros.Altos sonhos.
Pastoreio da quietude, no relógio sem tempo do
vagaroso e vigoroso espaço.
Rutila a surpresa na plataforma etérea e o Presente
onduleia nas oscilações do corpo; tudo é carrocel,
mosqueado de azul e de avidez temperado.
Algo se dilui, algo se dissipa, algo se decompõe
na fragilidade maciça; e tudo se compõe no fluído
do espanto, a esmo invertido.
E tudo se forma, asseia e dispõe na quimérica pedra
vestida de urze e giesta.
FEIRA DO CAVALINHO...
Na feira do Cavalinho
Ouvi um burro zurrar
Para a filha dum vizinho
Que ali 'stava a ladrar...
Um boi de cornos compridos,
Estava a mijar de pé
À vista dos ofendidos!
Foi corrido a pontapé...
Certo bode do caraças
Quis montar uma cabrona;
E porco de porca raça
Comia porca cagona...
Um galo de capoeira
Em cima duma galinha;
E uma moça solteira
A mexer numa gaitinha...
Na feira do Cavalinho,
Há de tudo sem malícia,
Que homem cheio de vinho
Bate forte num polícia...
Ouvi um burro zurrar
Para a filha dum vizinho
Que ali 'stava a ladrar...
Um boi de cornos compridos,
Estava a mijar de pé
À vista dos ofendidos!
Foi corrido a pontapé...
Certo bode do caraças
Quis montar uma cabrona;
E porco de porca raça
Comia porca cagona...
Um galo de capoeira
Em cima duma galinha;
E uma moça solteira
A mexer numa gaitinha...
Na feira do Cavalinho,
Há de tudo sem malícia,
Que homem cheio de vinho
Bate forte num polícia...
terça-feira, 28 de agosto de 2007
AMARANTE
Genuína gente hospitaleira,
Genuína terra preciosa,
Genuína casta vinhateira;
Com horizontes sem fim de generosa.
Intemporal gesto acrisolado;
Intempestiva pose de beleza;
Telúrico abraço enamorado
Ao nome feminino da Princesa.
Cósmica presença generosa
Em jardim d'esperança atapetado,
Estrela refulgente,grandiosa,
Em delírios dum ser apaixonado.
Foi e será sempre a minha Aurora,
No ontem e amanhã em comunhão;
Fora o triste Presente (do agora) :
Excluído, por alguém, de ingratidão.
Genuína terra preciosa,
Genuína casta vinhateira;
Com horizontes sem fim de generosa.
Intemporal gesto acrisolado;
Intempestiva pose de beleza;
Telúrico abraço enamorado
Ao nome feminino da Princesa.
Cósmica presença generosa
Em jardim d'esperança atapetado,
Estrela refulgente,grandiosa,
Em delírios dum ser apaixonado.
Foi e será sempre a minha Aurora,
No ontem e amanhã em comunhão;
Fora o triste Presente (do agora) :
Excluído, por alguém, de ingratidão.
QUADRAS SOLTAS
Fiz uma estrela d'amor,
Com paredes de cetim,
Um suspiro de calor
Sem calor dentro de mim.
Fiz um luar de saudade
E dentro dele um jardim
Dei-lhe ternura da tarde
Sem ter a ternura em mim.
Fiz um sol emancipado,
Sem arrebol ou carmim;
E um sorriso encantado,
Que nunca sorriu em mim.
Com paredes de cetim,
Um suspiro de calor
Sem calor dentro de mim.
Fiz um luar de saudade
E dentro dele um jardim
Dei-lhe ternura da tarde
Sem ter a ternura em mim.
Fiz um sol emancipado,
Sem arrebol ou carmim;
E um sorriso encantado,
Que nunca sorriu em mim.
sábado, 25 de agosto de 2007
AMARANTE
Ledo prelúdio de um sonho matinal,
Suspenso em liana de vida intemporal;
Poema soletrado a madrigal;
Um hino de silêncio da harmonia;
Gesto preso à ilharga de quem sente
O próprio sentir errar de ausente,
No pródigo cenârio em si presente:
Caminho nas viagens de euforia;
Exercita-se a prender raios solares,
Mágicas lagunas de luares
E nostálgicas flores crepusculares:
Maravilhoso painel de simetria.
Jardim exposto de seiva refrescante,
Em canteiros de côr luxuriante
Nas policromias de verde exuberante:
Telúrica alma que extasia.
Suspenso em liana de vida intemporal;
Poema soletrado a madrigal;
Um hino de silêncio da harmonia;
Gesto preso à ilharga de quem sente
O próprio sentir errar de ausente,
No pródigo cenârio em si presente:
Caminho nas viagens de euforia;
Exercita-se a prender raios solares,
Mágicas lagunas de luares
E nostálgicas flores crepusculares:
Maravilhoso painel de simetria.
Jardim exposto de seiva refrescante,
Em canteiros de côr luxuriante
Nas policromias de verde exuberante:
Telúrica alma que extasia.
sexta-feira, 24 de agosto de 2007
AMARANTE POPULAR
Montes alados fecundos,
Com flores de poesia
E granito meditando
No gume duma heresia.
Tapetes de quietude
A ver cenârios dormentes,
Num degrau de amplitude,
Onde há estrelas cadentes.
Varandas sobre varandas,
Com telhados de luar
E voz de trevas cirandas
Com saudades a brisar.
Com flores de poesia
E granito meditando
No gume duma heresia.
Tapetes de quietude
A ver cenârios dormentes,
Num degrau de amplitude,
Onde há estrelas cadentes.
Varandas sobre varandas,
Com telhados de luar
E voz de trevas cirandas
Com saudades a brisar.
quinta-feira, 23 de agosto de 2007
AMARANTE
Regaço de vales,
que sonhos embalam;
Plural fecundo,
que fragrâncias exalam;
Um místico mundo,
que as vidas seivaram.
Altar dum país,
onde o mundo se queda;
Ara endeusada,
que os amores leveda;
De graças alada
em doce baixela.
Está dentro de mim,
como rio a nascer;
A fazer jardim
de flor a crescer.
Neste ser assim,
Dá gozo viver
MARÃO
Príncipe soberano de eólicas mensagens
que transforma em versáteis
e caudalosas formas de silêncio e quietude;
Soberano rústico de dilatados
e enigmáticos horizontes.
Abraçado aos céus,
neles suspendeu o mergulho cósmico,
declamando o absurdo do caos
em manifestações telúricas de harmonia.
Oceano panorâmico carquejano,
onde o olhar adquire
as rédeas conquistadoras
da arrebatação edénica.
"Sem palha nem grão"
e substancialmente fértil
em intimidades misteriosas se emoção.
sexta-feira, 17 de agosto de 2007
SÓ POESIA
MUNDO
Oh, que mundo estrambótico!
Oh, que sociedade circence!
Oh, que espectacular egotismo!
Oh, que teatro aberto!
Oh, que filme surrealista!
Mirabolante produção!
Milagrosa realização!
Divinos personagens!
Ai! que farsa mística.
Ai! que mítica comédia.
Ai! que tragédia humana.
Eiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii !!!...
Alguém desse lado???
............................
Não quero, não quero mofo!!!
............................
Não, não quero aqui museus!!!
............................
Não!Não!,Não quero aqui a Saudade!!!
Eiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii !!!...
Do lado do Apocalipse,está aí alguém???
quinta-feira, 16 de agosto de 2007
SÓ POESIA
AMANHÃ
Papoilas...
Rosas encarnadas...
Cravos vermelhos...
sem pé!
Vermelho!
Mais vermelho!
Ainda mais vermelho!
em flor...
Melancia sem pevide...
Tomate maduro...
sem casca!
sem polpa!
Vermelho!
Mais vermelho!
Ainda mais vermelho!
Em ribeira,
rio e mar!
SÓ POESIA
RIO TÂMEGA
Ó Rio!
Ó Ser!
Que mais de mal vais trazer?
Ó Galego!
Ó Transmontano!
Que mais da vida vais sofrer?
Ó Espelho!
Ó Cristalino!
Que tens tu p'ra responder?
-"Morto não falar
às múmias do lugar
terça-feira, 14 de agosto de 2007
AMARANTE
Oh,terra fértil,gentil
e donairosa!
Oh, espanto dos espantos
inquietos!
Oh, amor meu,febril
e generosa!
Oh, mar de encantos
encobertos!
Dilúvio de ternura transcendente,
Proceloso oceano de oferendas
Com lava do amor incandescente
Em feérica pose sem legendas.
É jardim de oásis refrescante,
Labirinto supremo de emoções,
Propulsor dos ventos sussurrantes
Voando no delírio das paixões.
e donairosa!
Oh, espanto dos espantos
inquietos!
Oh, amor meu,febril
e generosa!
Oh, mar de encantos
encobertos!
Dilúvio de ternura transcendente,
Proceloso oceano de oferendas
Com lava do amor incandescente
Em feérica pose sem legendas.
É jardim de oásis refrescante,
Labirinto supremo de emoções,
Propulsor dos ventos sussurrantes
Voando no delírio das paixões.
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