sexta-feira, 7 de setembro de 2007

S.GONÇALO


Arquitecto paisagista
D’interiores e horizontes,
Um criador humanista
Dum grande leque de pontes.

A primeira que ruiu,
Feita nos teus áureos anos,
As duas margens uniu
E curou os desenganos.

Dessa ponte outras nasceram
E dentro de nós existem,
Pontes d’Amor, que cresceram,
E pelos tempos resistem.

A Ponte Casamenteira
Essa, hoje, está a cair,
Precisa de sementeira
D’Amor, para não ruir.

Aquela Ponte do Bem,
Treme nos seus alicerces,
Não sei quem é esse alguém
Que a trai com falsas preces.

A ponte do Sonho Sonha
Já outros sonhos diferentes,
Com uma carga medonha
De visões escurecentes.

A Ponte Cristã estremece
Neste e naquele pilar,
Será Diabo que tece
O seu assalto ao altar?


Diz a Ponte da Beleza,
No seu dizer narcisista:
Sou como uma fortaleza,
Pois não há quem me resista!

A tua Ponte de Cravos,
Perfuma toda a cidade,
É a passagem sem escravos,
No seio da cristandade.


S.Gonçalo, ouve este pobre,
A chorar, te vai dizer,
A Ponte Humana mais nobre,
Ainda está por fazer.

Nenhum comentário: